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Introdução à Filosofia - Eutífron ou da Religiosidade – Platão

Eutífron ou da Religiosidade – Platão Vejamos agora um trecho de um dos diálogos de Platão, Eutífron, que constitui um modelo exemplar de método dialético. Na cena inicial, à porta do tribunal de Atenas, Sócrates encontra Eutífron, conhecido como grande entendido em temas religiosos. O filósofo conta que movem contra ele uma ação em que é acusado de corromper os jovens inventando novos deuses e desacreditando os antigos. Eutífron, por sua vez, comenta que veio ao tribunal por ter apresentado uma acusação de homicídio contra o próprio pai. Conta que a vítima era um servo que, embriagado, degolou outro servo. O pai prendeu o homicida em um fosso, sem ter maiores cuidados com ele, enquanto esperava orientação do encarregado de justiça. Só que o servo assassino não aguentou o cativeiro e faleceu de frio e inanição. Eutífron julga, então, que seu pai teria se tornado um homicida também, por omissão, e que, ao acusá-lo, estava agindo de maneira piedosa, isto é, conforme o dever
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Introdução à Filosofia - 1ºs anos - Apologia de Sócrates – Platão

Apologia de Sócrates – Platão “ Alguns de vós poderiam talvez se opor a mim: — Mas Sócrates, o que é que fazes? De onde nasceram tais calúnias? (…)Quem assim fala, parece-me que fala justamente, e eu procurarei demonstrar-vos que jamais foi essa a causa de tal fama e de tal calúnia. (…) Porque eu, cidadãos atenienses, se conquistei esse nome, foi por alguma sabedoria. Que sabedoria é essa? Aquela que é, talvez propriamente, a sabedoria humana. É, em realidade, arriscado ser sábio nela: mas aqueles de quem falávamos ainda há pouco seriam sábios de uma sabedoria mais que humana, ou não sei o que dizer, porque certo não a conheço. (…) Apresento-vos, de fato, o Deus de Delfos como testemunha de minha sabedoria, se eu a tivesse, e qualquer que fosse. Conheceis bem Querofonte. Era meu amigo desde jovem, também amigo do vosso partido democrático, e participou de vosso exílio e convosco repatriou-se. E sabeis também como era Querofonte, veemente em tudo aquilo que empreendesse. Uma

Lógica e Linguagem - Falácias

Fonte: http://www.osbatutas.com.br/2015/04/argumento-tendencioso-e-falacia-logica.html

Filosofia Política - TEXTO - Ensaio Acerca do Entendimento Humano - Joh Locke

Ensaio acerca do entendimento humano – John Locke Livro II – Capítulo I – As ideias em geral e sua origem 1. A ideia é o objeto do pensamento. Todo homem tem consciência de que pensa, e que quando está pensando sua mente se ocupa de ideias. Por conseguinte, é indubitável que as mentes humanas têm várias ide i as, expressas, entre outras, pelos termos brancura, dureza, doçura, pensamento, movimento, homem, elefante, exército, embriaguez. Disso decorre a primeira questão a ser investigada: como elas são apreendidas? […] 2. Todas as ideias derivam da sensação ou da reflexão. Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideais; como ela será suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada fantasia dos homens pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso c

Filosofia Política - Video - O Príncipe (Nicolau Maquiável)

Conhecimento e Ciência - Texto: Aristóteles e a Ciência

Aristóteles e a ciências […] Quando uma obra se torna um obstáculo, isso se deve a dois motivos que é necessário distinguir: ou motivos intrínseco, ligados à coerência da doutrina; ou motivos extrínsecos, ligados ao respeito social que ela inspira e que faz com que ela seja vista por toda parte como uma autoridade. No caso da obra de Aristóteles no início da era moderna, esses dois motivos se conjugam. Sua obra, principalmente em matéria de física, possui uma incontestável coerência interna. Mas em razão de certas circunstâncias que apresentaremos após ter resumido o conteúdo da física de Aristóteles, essa obra adquiriu, além disso, uma autoridade social que reforça ainda o seu crédito. Aristóteles propôs, na Antiguidade, aquilo que a enciclopédia vai propor no século das luzes: uma tentativa de recapitulação exaustiva de todos os saberes. Ele elabora, notadamente, uma física cuja coerência e força de persuasão é necessário sublinhar. Entender a revolução científica que se inst